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Perspectivas

O World Socialist Web Site e a luta contra a guerra, o genocídio, o fascismo e a Grande Mentira

Publicado originalmente em inglês em 28 de maio de 2025

David North, presidente do Conselho Editorial Internacional do WSWS.

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Em todo o mundo, a classe dominante capitalista está ressuscitando as formas mais vis de reação política. Oitenta anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, os horrores daquele período histórico — guerra, fascismo e genocídio — novamente ameaçam a humanidade com um retrocesso à barbárie.

Uma característica essencial de todos os períodos de reação política é o recurso dos governos e seus cúmplices na mídia ao método da Grande Mentira, que eles empregam para justificar seus crimes e desorientar o povo.

A Grande Mentira não é a mentira convencional de um ou outro político. É, antes, uma falsificação massiva da realidade, tão enorme que desafia a refutação lógica. Seu poder reside na monstruosidade da enganação. A Grande Mentira não convence com argumentos bem estruturados. Ela se esforça para sobrecarregar o público com a ousadia de sua falsidade.

O século XX testemunhou o surgimento da Grande Mentira como uma arma central da reação política e da contrarrevolução. O regime czarista na Rússia, apavorado pela ascensão do movimento socialista, forjou os Protocolos dos Sábios de Sião.

Em 1917, desesperado para desacreditar os bolcheviques e parar a maré crescente da revolução, o governo provisório burguês inventou o mito de que Lenin recebia “ouro alemão”.

Após a Primeira Guerra Mundial, a classe dominante alemã atribuiu a culpa de sua derrota militar ao “golpe nas costas” dado pelos socialistas. O regime nazista de Hitler, atualizando os Protocolos dos Sábios de Sião, proclamou que estava defendendo a Alemanha contra a conspiração judaico-bolchevique.

O regime stalinista na URSS buscou justificar sua traição à Revolução de Outubro socialista organizando os Processos de Moscou e incriminando os líderes do Partido Bolchevique – primeiramente, Leon Trotsky – como agentes traiçoeiros do fascismo e do imperialismo mundial.

Após a Segunda Guerra Mundial, a classe dominante dos EUA lançou a cruzada de caça às bruxas do senador Joe McCarthy contra a chamada “conspiração comunista mundial”, que forneceu o combustível político e ideológico para a Guerra Fria, operações militares e da CIA em todo o globo e a supressão da oposição política interna ao imperialismo e ao capitalismo.

O século XXI começou com a invenção pelo governo Bush da ameaça iminente de “armas de destruição em massa” para justificar sua fraudulenta “guerra contra o terror”, que incluiu não apenas as invasões do Afeganistão e do Iraque, mas também a criação do Departamento de Segurança Interna e uma escalada de ataques aos direitos democráticos que prepararam o terreno para as medidas ditatoriais da atualidade de Donald Trump.

Os últimos cinco anos testemunharam um mais um ressurgimento da Grande Mentira.

Fugindo de sua responsabilidade pelo fracasso em atender aos avisos dos cientistas sobre o perigo de uma pandemia e pela recusa em tomar medidas de saúde pública essenciais para proteger o público contra a propagação do vírus SARS-CoV-2, o governo e a mídia promoveram a mentira do vazamento do laboratório de Wuhan – isto é, a afirmação totalmente fraudulenta de que a pandemia foi causada por um vírus fabricado em um laboratório chinês. Esta mentira não apenas serviu para incitar o ódio antichinês e intensificar os preparativos para a guerra; mas também foi utilizada para desacreditar a ciência médica e a utilização de vacinas.

A segunda Grande Mentira da década de 2020 foi a afirmação de uma “guerra não provocada” na Ucrânia – isto é, que a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 foi exclusivamente produto da megalomania maligna de Vladimir Putin, e pela qual nem a Ucrânia nem a OTAN têm a menor responsabilidade.

Essa narrativa fabricada exigiu a supressão de todas as referências à expansão da OTAN mais de 800 milhas a leste até as fronteiras da Rússia desde a dissolução da URSS em 1991 e o papel central desempenhado pelos Estados Unidos na derrubada do governo eleito ucraniano em 2014. Outro elemento desta Grande Mentira foi a apresentação do regime ucraniano – que celebra os fascistas que colaboraram com os nazistas como heróis nacionais e encarcera opositores socialistas da guerra como Bogdan Syrotiuk – como uma democracia próspera.

A terceira e maior mentira de todas é a afirmação de que a oposição à guerra genocida de Israel contra a população de Gaza é “antissemita”. Esta mentira é a calúnia mais sórdida contra o povo judeu desde os Protocolos dos Sábios de Sião. Afirmar isso equivale, para todos os efeitos, a considerar que a característica definidora de um judeu é apoiar a morte de palestinos. A identidade dos judeus é definida pelas políticas do Estado israelense e seus ideólogos sionistas fascistas. Antissemitas são todos aqueles, incluindo e especialmente os judeus, que se opõem ao genocídio.

Este é um caso de “inversão semântica” – isto é, atribuindo a uma palavra o oposto de seu significado real – que ocorre em uma escala muito maior do que qualquer coisa imaginada por George Orwell na representação da “Novilíngua” em 1984.

A Grande Mentira não é meramente um produto da imoralidade dos políticos. É uma manifestação objetiva dos interesses da classe dominante e das contradições entre esses interesses e as necessidades da sociedade como um todo. A magnitude das mentiras é determinada pela profundidade e intensidade das contradições sociais e pelo potencial resultante, reconhecido e temido pelas classes dominantes, de uma erupção revolucionária do conflito de classes.

Na era da Grande Mentira, nada é mais essencial do que a defesa da verdade histórica e política. É por isso que a publicação diária do World Socialist Web Site adquire a maior urgência. Armado com uma perspectiva política socialista, fundamentada nas bases científicas do marxismo e na assimilação das experiências históricas da luta de classes internacional ao longo de um século inteiro, o WSWS é incansável em sua exposição das Grandes Mentiras e na defesa da verdade.

Trotsky escreveu, em resposta às Grandes Mentiras de seu tempo: “A revolução explode a mentira social. A revolução fala a verdade. A revolução começa dando nomes reais às coisas e às relações sociais”.

Estas palavras definem os princípios que guiam o World Socialist Web Site.

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